Discurso do Presidente da Câmara na abertura das Comemorações dos 700 Anos da Fundação do Município
Exmos. Senhores Vereadores,
Exmos. Senhores Deputados Municipais,
Exmos. Senhores Presidentes de Junta,
Digníssimas autoridades civis, militares e religiosas,
Estimados dirigentes Educativos e Associativos,
Ilustre Comunicação Social,
Caras e Caros Cerveirenses,
Vila Nova de Cerveira pode ser uma terra pequena em território, mas tem gente com uma alma e garra enormes. É com este espírito e com esta atitude que se tem construído um concelho alicerçado numa história digna de ser preservada, valorizada e relembrada.
De facto, são 700 anos a fazer história, com momentos notáveis e outros mais conturbados. Mas, para todos eles, os Cerveirenses souberam dar a sua melhor resposta, conseguindo sempre ultrapassar e triunfar.
A exemplo da grandiosa história de Portugal, também a história de Vila Nova de Cerveira é feita de conquistas, de sacrifícios, de pulso.
Quem nunca leu sobre a última batalha simbólica que Portugal travou pela independência no dia 25 de agosto de 1580. Foi o último ato da resistência, no Continente, dos que não aceitavam que D. Sebastião tivesse como sucessor aquele que, na altura, era o monarca mais poderoso da Europa, Filipe II.
A derrota em Alcântara abriu assim caminho aos espanhóis e à dinastia que ficou conhecida como Filipina. Em termos simbólicos, foi a batalha desesperada que viria a determinar o futuro de Portugal durante os 60 anos seguintes, até ao início da Guerra da Restauração da Independência, em 1640, com a vitória decisiva de Portugal.
Também Vila Nova de Cerveira foi sempre um concelho muito apetecível para os nossos vizinhos. Um dos exemplos maiores é a extinção e a restauração do concelho. Em julho de 1895, o concelho de Vila Nova de Cerveira foi desmembrado, desapareceu do mapa administrativo de Portugal, com as freguesias a serem distribuídas pelos concelhos vizinhos de Caminha e de Valença.
Mas com bravura e persistência, as populações de algumas dessas freguesias deram um sinal destemido de desacordo, através de um ato público de revolta na Vila. Dois anos e meio depois, o Governo de José Luciano de Castro restaurou o concelho por decreto de 13 de janeiro de 1898.
Há também aqueles Cerveirenses que lutaram pelas causas nacionais. Foram corajosamente enfrentar o desconhecido, porque uma guerra é sempre imprevisível, e, infelizmente, muitos pereceram sem o merecido reconhecimento. E porque a 9 de abril de 1921, dois Soldados Desconhecidos, vindos da França e da África Portuguesa, foram transladados para o Panteão Nacional, como símbolo do sacrifício heroico do Povo Português, consideramos que seria oportuna fazer uma homenagem aos Cerveirenses que, além da Primeira Grande Guerra, lutaram na Guerra Peninsular e aos militares tombados na Guerra Colonial.
Outro facto do papel incontornável dos Cerveirenses na construção da nossa história é precisamente a projeção e execução do atual edifício dos Paços do Concelho, cuja inauguração aconteceu há exatamente 100 anos. Foi com muita resiliência, sacrifício e um esforço incalculável que os nossos antepassados ergueram aquele edifício, mesmo perante sucessivos impasses burocráticos e financeiros. Mas também aí os Cerveirenses uniram-se e fizeram história.
E hoje estamos precisamente a assinalar o primeiro centenário da sua inauguração, e também o arranque oficial das comemorações mais alargadas dos 700 anos da Fundação de Vila Nova de Cerveira.
Infelizmente, esta não é a cerimónia que idealizamos. Queríamos ter os Cerveirenses porque os Paços do Concelho é a Casa de todos os Munícipes, mas é o possível dado o contexto excecional que estamos a viver com esta pandemia Covid-19.
Este edifício é, sem dúvida, uma marca da nossa identidade porque já reúne 100 anos de história do poder autárquico local e é um símbolo da democracia.
Tivemos e temos gente de garra, de fibra, trabalhadora e empreendedora. A história ensina-nos quase tudo na vida. Por isso, temos de a conhecer muito bem para desenvolver o presente e programar o futuro. Cabe a cada um de nós prosseguir com este valioso legado.
Apesar de haver alguns saudosistas da Ibéria, somos orgulhosamente Portugueses. Temos imenso orgulho em ser Cerveirenses. E queremos continuar sempre a ser Cerveirenses.
Caras e Caros Cerveirenses,
As datas históricas têm de ser devidamente assinaladas. Os nossos antepassados, o nosso Rei D. Dinis, os Cerveirenses de hoje e as gerações vindouras merecem.
São 700 anos a fazer história. E muitos mais virão!
Cerveira e os Cerveirenses estão de parabéns!
Muito obrigado a todos!