Alto Minho/Galiza: Eurodeputados portugueses e galegos vão levar reivindicações de compensações económicas ao Parlamento Europeu
O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) do Rio Minho reuniu, esta sexta-feira por videoconferência, com cinco eurodeputados de Portugal e da Galiza para apresentar a verdadeira dinâmica da fronteira do Alto Minho/Galiza, alertando para os impactos e as preocupações subjacentes à restrição de livre circulação de pessoas, provocada pelo encerramento de fronteiras devido à pandemia Covid-19. Manifestando-se sensíveis com a problemática, os eurodeputados consideraram justas as reivindicações deste território transfronteiriço e mostraram disponibilidade para expor o assunto ao Parlamento Europeu, em particular a questão das compensações económicas e de estímulo à reativação das atividades empresariais, comerciais e turísticas.
Convocada pelo AECT Rio Minho, a reunião contou com a presença do diretor do AECT do Rio Minho e presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Fernando Nogueira, do vice-diretor e deputado delegado de Cooperação Transfronteiriça Uxío Benítez e, dos representantes portugueses no Parlamento Europeu, José Manuel Fernandes, do PSD, e João Ferreira, do PCP; e da Galiza, Francisco Millán Mon, do Partido Popular, um representante de Nicolás González Casares, do PSOE, Ana Miranda em representação do grupo Os Verdes ALE e Maria Manuel Rola, deputada nacional em representação das eurodeputadas do BE.
O diretor e vice-diretor do AECT Rio Minho fizeram um enquadramento da intensa e permanente cooperação transfronteiriça entre os territórios do Alto Minho e Galiza, quer ao nível sociocultural, mas sobretudo económico. Fernando Nogueira e Uxío Benítez elencaram os prejuízos contabilizados pelo professor da Universidade de Vigo, Xabier Cobas, no seu estudo referente ao primeiro confinamento, e apelaram à importância da Comissão Europeia se debruçar sobre este exemplo e debater soluções compensatórias, bem como mecanismos para evitar a repetição deste cenário inexplicável para trabalhadores transfronteiriços e de empresários.
Entre as ações acordadas, os cinco eurodeputados expressaram total abertura para apresentar uma iniciativa no seio do Parlamento Europeu para que a Comissão Europeia possa transmitir aos estados-membros a singularidade das zonas transfronteiriças, e as consequências do encerramento de fronteiras. Um dos pedidos é a necessidade de estabelecer mecanismos de compensação através dos fundos europeus e dos planos de resiliência aos territórios que estão a ser duplamente afetados pela pandemia e pelo encerramento de fronteiras.
Com o intuito de acompanhar o evoluir desta situação, os intervenientes manifestaram interesse em voltar a reunir-se, criando cum canal de comunicação permanente entre AECT Rio Minho e os eurodeputados, assim como foi colocada em cima da mesa a possibilidade de uma comitiva composta pelos europarlamentares visitar os concelhos do Alto Minho/Galiza para conhecer in loco a realidade e contactar com alguns dos testemunhos de pessoas afetadas.