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Aquário 1

Aquario 1

Aquário nº 1

Zona alta do rio

Nas zonas mais altas do rio, a água é mais oxigenada, mais translúcida, mais fria e o fundo é pedregoso, apresenta seixos grandes, que vão ficando progressivamente mais pequenos por processos de transporte e erosão ao longo do percurso do rio.

As zonas altas do rio são o habitat ideal para os primeiros peixes que vamos conhecer que pertencem ao grupo dos Salmonídeos, que são da mesma família dos salmões. Neste aquário existem trutas e podemos observar duas espécies que têm histórias diferentes. Há uma truta que tem umas pintas escuras mais pequeninas e à medida que vai crescendo vai ficando com uma banda rosada ao longo do corpo. É chamada truta arco-íris e veio da América, tendo sido introduzida na década 50 do século passado, com um objetivo específico, que era aumentar a diversidade e promover a pesca desportiva. As introduções nessa época eram promovidas por entidades estatais quer em Portugal quer a nível europeu. Mais tarde, chegou-se à conclusão que a introdução de espécies em áreas diferentes da sua distribuição natural, ou seja, espécies exóticas, provoca mais prejuízos do que benefícios. Então, atualmente, é completamente proibido introduzir uma espécie exótica.

A truta arco-íris, dada a sua taxa de crescimento ser superior à espécie nativa, que é a truta fario, é também aproveitada para a aquacultura, que é a produção em cativeiro, para depois ser enviada para o mercado. Na nossa região temos a maior unidade de produção de trutas do país, que é em Paredes de Coura. Portanto, a truta que encontramos no supermercado é a truta arco-íris.

A truta fario, a truta comum, tem pintas escuras maiores e é a que existe em maior quantidade em toda a bacia hidrográfica, sendo muito procurada pelos pescadores desportivos. Todo o ciclo de vida da truta fario ocorre na água doce.

As trutas alimentam-se principalmente de insetos, chegando até a saltar para fora da água para caçar os insetos. Em termos tróficos, em termos alimentares, são predadores, alimentando-se de peixes mais pequenos e macroinvertebrados, principalmente de larvas de insetos.

A sua reprodução acontece principalmente no inverno em águas mais frias, e o substrato que observamos neste aquário, seixo, é importante para este processo de reprodução, sendo nele que elas constroem o seu ninho. A construção do ninho é feita com a ajuda da barbatana caudal e a parte ventral do corpo. Os peixes colocam-se numa posição inclinada e com um movimento lateral vão afastando, repetidamente, os seixos para fazerem o ninho, uma depressão no leito. Como na maior parte das espécies de peixes, a reprodução da truta é externa, ou seja, a fecundação ocorre na água. As fêmeas lançam os óvulos e os machos lançam os espermatozoides, formando-se o ovo, que vai ficar depositado no seixo. Como o seixo é irregular, a água passa facilmente e leva assim o oxigénio aos ovos.

Existe uma atividade humana que ocorre muito próxima de nós, na zona de Valença e na zona de Monção, que é a exploração de pedreiras. Uma das consequências dessa exploração é que muitos dos sedimentos finos vão para os ribeiros, ficando a água com aspeto leitoso. A deposição dos sedimentos finos, por questões de hidrodinâmica, sobre os seixos dos locais de desova, anula estas zonas de reprodução.

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